15 novembro 2010

Obrigado

... a todos os que estiveram presentes nesta terceira edição. As sessões estiveram todas esgotadas, o que só prova que há muita vontade de o público português conhecer o cinema espanhol.
Para o ano há mais.
Um bem-haja.

09 novembro 2010

Os realizadores #6 JUAN CRUZ E JOSÉ CORBACHO

Jose Corbacho nasceu a 12 de Dezembro de 1965 em Barcelona. Embora tenha estudado Ciências da informação, o teatro é a sua verdadeira vocação, tendo entrado para o consagrado grupo de teatro La Cubana em 1988 onde desempenha trabalhos como actor, guionista e assistente de direcção durante mais de 10 anos, em obras tão conhecidas como "Cubana Delikatessen", "Cubanas a la carta" ou "Cubana Maraton dancing". A sua carreira consolida-se na televisão, onde começou no grupo El Terrat como conselheiro de conteúdos, tendo acabado por ter os seus próprios personagens em programas como La cosa nostra, Una altra cosa (TV3) e La última noche (Telecinco). O seu grande salto foi com o programa Homo zapping e, mais tarde, com o programa Buenafuente. Em 2005, juntamente com Juan Cruz, estreou-se como realizador no Filme Tapas, com o qual recebeu vários prémio. Em 2008 Corbacho e Juan Cruz realizam o filme Cobardes e em 2009 participam juntos no projecto Universos - a Wikipeli de Mahou.

Juan Cruz nasceu em Barcelona a 9 de Junho de 1966. Em 1999, entra na produtora EL Terrat, onde participa no programa La última noche, dirigida por José Corbacho. Mais tarde colabora noutros programas, tais como Set de Nit, "A pèl" e, em 2003, dirige La gran evasión. Em 1995 dirige a sua promeira curta-metragem La Bula e em 1999 El Olor de las Manzanas. Em 2005, escreve e realiza, juntamente com Jose Corbacho a sua primeira longa-metragem Tapas que se estreia no Festival de Málaga. A sua colaboração com Corbacho volta-se a repetir no programa Buenafuente, mais tarde num novo projecto para a TVE chamado Pelotas, em 2008 na realização do filme Cobardes e em 2009 no projecto Universos - a Wikipeli de Mahou.

Os realizadores #5 ALEJANDRO AMENÁBAR

Alejandro Amenábar nasceu a 31 de Março de 1972 em Santiago do Chile. Filho de mãe espanhola e pai chileno, viveu no Chile apenas até completar um ano de idade, altura em que a sua família se mudou para a Espanha, devido aos conflitos políticos que ocorriam no Chile naquela época.

Radicado na Espanha desde 1973, é considerado por muitos como sendo espanhol, embora tenha a dupla-nacionalidade espanhola e chilena. Em 1990, aos 18 anos, ingressou na Universidade de Madrid, onde iniciou o estudo do cinema, sua grande paixão desde pequeno.

Quando tinha apenas 19 anos, produziu a sua primeira curta-metragem, La Cabeza (1991), e no ano seguinte, dirigiu, escreveu, representou e compôs a música de Himenóptero (1992) outra curta-metragem. Ambas as produções ganharam prémios em festivais de Espanha.

Em 1996, realizou a sua primeira longa-metragem: Tesis, e desde então tem realizado e produzido com sucesso diversos filmes, muitos deles premiados em festivais espanhóis e internacionais.

Em 2001, Amenábar realizou o seu primeiro filme falado em inglês, The Others, um thriller passado no final da Segunda Guerra Mundial, que conta a história de Grace (interpretada por Nicole Kidman), uma rígida mãe de um casal de crianças que sofrem de uma doença rara, que as impede de sair à luz do dia. Este filme recebeu óptimas críticas e foi premiado em vários festivais de cinema.

Em 2004, Amenábar dirigiu o filme Mar Adentro, que lhe rendeu vários prémios, entre eles o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Os realizadores #4 JULIO MEDEM

Julio Medem Lafont nasceu em San Sebastián a 21 de Outubro de 1958. No seu sangue misturam-se quatro procedências; da parte dos seus avós paternos, a Alemanha e Valência e por parte dos maternos, o País Basco e a França. Passou parte da sua infância na sua cidade natal, tendo-se mudado com a sua família para Madrid, onde estudou no Colégio de El Pilar.
A sua paixão pelo cinema nasceu devido à câmara super 8 com a qual o seu pai filmava a vida da família. Licenciou-se em Medicina e Cirugia pela Universidade do País Basco. Novamente em San Sebastian, entrou no mundo do cinema profissional através da crítica no La Voz de Euskadi, enquanto continuava a rodar curta-metragens e prosseguia a sua aprendizagem como autodidata escrevendo guiões que sonhava um dia converter em longa-metragens. 

Julio trabalhou como ajudante de direcção, edição e argumentista, tendo-se dedicado totalmente ao cinema. Em 1988 fez a media-metragem, "Martín". A sua primeira Longa-metragem foi "Vacas" (1992), com a qual ganhou o Goya para a melhor realização revelação, para além de diversos galardões nos festivais de Tóquio, Turim e Alexandria.

Foi a partir deste trabalho que Julio Medem começou a sobressair como um dos realizadores mais originais e interessantes, não só do cinema espanhol, como também do cinema europeu. A sua segunda longa-metragem, foi "La ardilla roja" (1993), à qual se seguiu "Tierra" (1996). No ano seguinte criou Alicia Produce S.L., a sua produtora de cinema com a qual realizou alguns dos seus trabalhos. Em 1998, com "Los amantes del Círculo Polar", seleccionado para competir pelo Leão de Ouro de Valência, o realizador obteve o reconhecimento do público e consolidou-se como um dos grandes Realizadores do cinema espanhol. 

O seu quinto filme foi "Lucía y el sexo" (2001), seguido de "Caótica Ana" (2006) que apesar de ter sido uma grande aposta pessoal do realizador, não foi bem recebido pela crítica nem pelo público. Mais tarde, regressou com o seu séptimo filme de ficção "Room in Rome" (2009), totalmente falado em Inglês. Júlio Medem, realizou ainda o documentário "La Pelota Vasca" (2003) e outras curta-metragens.

Os realizadores #3 JUAN ANTONIO BARDEM

Realizador de cinema, argumentista e produtor, nasceu em Madrid a 2 de Junho de 1922. Pertence a uma vasta geração de artistas: os seus pais eram os actores Rafael Bardem e Matilde Muñoz Sampedro, assim como sua irmã Pilar, o seu sobrinho Javier e dois dos seus próprios filhos chamados Juan e Miguel. Por desejo dos seus pais, estudou na Escuela de Ingenieros Agrónomos de Madrid, onde se licenciou. Em 1947, entrou no recém criado Instituto de Investigaciones y Experiencias Cinematográficas (IIEC), onde conhece um jovem chamado Luis García Berlanga e de cuja amizade surge uma colaboração artística. Ambos realizam a sua primeira longa metragem entitulada "Esa pareja feliz", em 1951. Posteriormente voltam a colaborar no filme "¡Bienvenido, Mister Marshall! em 1952, com a qual triunfam no Festival de Cinema de Cannes, obtendo o prémio de melhor argumento e filme de Humor. 

O seu primeiro trabalho a solo foi a película "Cómicos" de 1954, na qual teve a seu cargo o guião e a realização. A referida película foi galardoada com o segundo prémio do Sindicato Nacional del Espectáculo. Alcançou os seus dois maiores êxitos cinematográficos com "Muerte de un Ciclista", em 1955, que obteve o Prémio Internacional da Crítica do Festival de Cinema de Cannes, e "Calle Mayor", em 1956, que ganhou o Prémio Internacional da Crítica e o Prémio Cinema Novo do Festival de Cinema de Veneza. 

Para além das obras já mencionadas, a sua filmografia inclui "Novio a la vista" (1953), "¡Felices pascuas!" (1954), "La venganza" (1957), que recebeu o Premio del Sindicato Nacional del Espectáculo para Melhor Realizador, o Terceiro Prémio desta entidade para o filme e o prémio de FIPRESCI em Cannes; "Sonatas" (1958), que ganhou o Premio del Sindicato Nacional del Espectáculo para a Fotografia; "A las cinco de la tarde" (1960), "Los inocentes" (1962), "Nunca pasa nada" (1963), "Los pianos mecánicos" (1965), "El último día de la guerra" (1969), "Varietés" (1971), que recebeu o Premio del Sindicato Nacional del Espectáculo para a Película; La corrupción de Chris Miller (1972), "La isla misteriosa" (1972), El poder del deseo (1975), "El puente" (1976), que obteve o Gran Premio de Moscovo para o Filme; "Siete días de Enero" (1978), que alcançou Medalha de Ouro em Moscovo para o Filme e o prémio para o Realizador no X Festival de Cinema Jovem de Bruxelas; "La advertencia" (1982), "Jarabo" (1984), "Lorca, Muerte de un Poeta" (1988), e "Resultado Final" (1997).
Recebeu a Medalla de Oro de las Bellas Artes em 1986. A Academia de las Artes y Ciencias Cinematográficas de España concedeu-lhe o Prémio Goya de Honor pela sua carreira a 2 de Fevereiro de 2001 no Palácio Municipal do Congresso de Madrid. Escreveu a sua autobiografia entitulada "Y todavía sigue: Memorias de un Hombre de Cine", que foi publicada em 2002. É considerado um dos melhores realizadores do cinema espanhol. Faleceu em Madrid a 30 de Outubro de 2002, com 80 anos de idade, na sequência de uma paragem cardíaca. 



Os realizadores #2 VÍCTOR ERICE

Nascido em Carranza em 1940, licenciado em Ciências Políticas pela Universidade de Madrid, frequentou o Instituto de Investigaciones y Experiencias Cinematográficas, onde em 1963 se graduou em direcção de curta-metragens.

Em 1969 estreia-se como realizador num filme de três episódios (os restantes dois dirigidos por Claudio Guerín e José Luis Egea), produzido por Elías Querejeta. As suas duas seguintes obras foram separadas por um período de dez anos; a primeira, El espíritu de la colmena (1973), converteu-o num dos realizadores mais sugestivos do novo cimema espanhol e um dos mais importantes de toda a sua história. A segunda, El sur (1983), baseada numa obra de Adelaida García Morales, superou todas as expectativas e converteu-se numa segunda obra prima.
Após outro prolongado período de inactividade, a partir do que seria um episódio de uma série de televisão, em 1992, rodou El sol del membrillo, uma longa-metragem experimental sobre o pintor Antonio López, que foi premiada no Festival de Cannes. Autor de uma filmografia cuja brevidade se tem que atribuir à sua manifesta intenção de não claudicar ante um sistema que limita a liberdade criativa, a qualidade das suas obras destaca-o entre os cineastas espanhóis a um nível antes só conseguido por Luis Buñuel e mais tarde por Luis G. Berlanga y Carlos Saura.
Em 1996 foi distinguido com a Medalla de Oro de las Bellas Artes. Depois de trabalhar vários anos num argumento para a adaptação do romance de Juan Marsé El embrujo de Shanghai, a falta de acordo com o produtor do projecto, Andrés Vicente Gómez, impediu o esperado regresso de Erice às longas-metragens. Em 2002 publicou o polémico guião e apresentou Alumbramiento, uma curta de 10 minutos incluído no filme conjunto Ten minutes older.


05 novembro 2010

Os realizadores #1 LUIS GARCÍA BERLANGA

Realizador espanhol, nascido em Valência a 12 de Junho de 1921 foi conhecido por fazer oposição ao ditador espanhol Francisco Franco. Os seus trabalhos transmitem uma crítica social e política daquela época.

A partir de 1951, nos seus primeiros filmes, passou a adoptar um estilo neo-realista como se pode ver em "Bienvenido, Mister Marshall', co-realizado por Juan-Antonio Barden. Esse estilo foi confirmado mais tarde em "Placido", 1961, filme nomeado para os Óscares e repetido no premiado "El Verdugo", em 1963.

Os personagens criados por Garcia eram desajustados sociais que sonhavam melhorar de vida, mas acabavam sempre frustrados. Exemplo disso é o filme "El Verdugo", onde o herói do filme precisa asfixiar um preso político para garantir a posse do apartamento em que mora e que acompanha o seu emprego de carrasco.

Os trabalhos de Berlanga nunca eram censurados e, nos anos sessenta, ele desenvolveu uma tendência erótica, como mostra em "Life Size", de 1977. No filme, um homem era obcecado por uma boneca insuflável. Nessa época, o realizador editou uma colecção erótica. Em 1985, fez "La Vaquilla", uma comédia sobre a tourada, passada em plena guerra civil espanhola que foi um sucesso de bilheteira absoluto em Espanha.. 


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